A primeira lei apresentada na Parashat Mishpatim é o julgamento de um escravo hebreu. Esta é uma pessoa cometeu uma trangressão de roubo. Sua punição é pagar o dobro do que roubou, caso não tenha confessado no Beit Din (tribunal judaico). Neste caso, não paga a multa de pagamento duplo. Esta punição torna o roubo não lucrativo. É razoável supor que um ladrão que foi obrigado a devolver o roubo e pagar o dobro se absterá de fazê-lo novamente no futuro. Quando não tem nada a pagar (tanto o primeiro pagamento, quanto o pagamento dobrado), é vendido como escravo.
De acordo com as leis atualmente em vigor no mundo, o ladrão é condenado à cadeia. A princípio, o intuito desse castigo para impedir o criminosos de volatr ao crime. Mas a realidade está nos jogando a verdade na cara. Em vez de transformar sua personalidade numa melhor, depois de sentar-se na prisão, a maioria dos prisioneiros, não somente que não ,melhoram suas condutas, como também e principalmente, aprendem novas técnicas mais sofisticadas de crime. Na prisão, o ladrão encontra criminosos veteranos que lhe ensinam métodos sofisticados de crime. O resultado é que quando o prisioneiro é libertado da prisão, ele é mais esperto no crime e continua comentendo crimes.
Por outro lado, de acordo com a lei da Torá, não há prisão por tais crimes. Se o ladrão não tiver dinheiro para pagar seu roubo, ele é vendido para uma família decente. Onde ele aprenderá por seis anos educação e boas virtudes. Se até tal momento ele não tivesse sido acolhido num lar com garnde coração, e talvez por isso ele tivesse roubado, ele seria agora tratado preferivelmente por seu mestre, que segundo as leis da Torá, deve tratá-lo de tal modo que o escravo sinta-se bem com o mestre. O tratamento do mestre ao escravo deve ser tão bom, que o Talmud (Kidushin 20a) escreve que a pessoa que adquiri para si um escravo, é considerado que estivesse adquirindo para si um mestre.
Nesta parashá, há uma distinção muito delicada nos poderes mentais do homem. No caso de um ladrão que abateu ou vendeu, a Torá diz (Shemot 21:37): “Cinco bois (ou vacas) pagará no lugar do boi e quatro cordeiros (ou ovelhas) debaixo do cordeiro”. Rashi cita as palavras de Raban Yochanan ben Zakai: “D'us cuida da honra de suas criaturas. Sobre o boi que anda com os pés e o ladrão não se envergonhou carregando-o no ombro, o ladrão não é condenado a pagar cinco vezes. Porém um cordeiro que o carrega-o no ombro e com isso passa vergonha, paga quatro vezes. A razão disto é que o ladrão se envergonhou ao carregar o cordeiro no ombro. porque está sendo desprezado “.
Não há dúvida de que um juiz que julgue de acordo com a lógica humana teria sentenciado exatamente o contrário. Ele rouba o cordeiro em seu ombro, porque ele é um ladrão que não tem vergonha de caminhar pela rua com cordeiro em seus ombros. Na opinião das pessoas, uma pessoa que chegou a um ponto tão baixo merece uma punição mais pesada do que aquele que roubou o touro e não passou vergonha. Porém a lógica da Torá não funciona deste modo. D'us protegeu a dignidade de suas criaturas e isentou-o de um quinto de sua punição. Levando em conta a vergonha de carregar o cordeiro em seu ombro em público. A vergonha é parte da punição.
Porém pensando um pouco mais, chegaremos à uma questão moral muito importante: Quem forçou o ladrão a ser humilhado? Afinal, ele mesmo tomou a desgraça em seus ombros, para que ele pudesse curtir seu roubo. Ele sentiu algum desrespeito? De modo algum! Portanto, qual é o lugar para considerar seu desprezo e diminuir sua punição?
A verdadeira resposta é que a Torá a um dos principais alicerces da mente humana. Cada pessoa é composta de corpo e alma (que é parte do supremo D'us). Nas profundezas da personalidade deste homem da baixo nível, as forças materiais lutam com as forças espirituais. Nas profundezas de sua alma existem sentimentos escondidos de desgraça e desconforto. Esses sentimentos trazem vergonha a ele ao carregar o cordeiro no ombro diante de pessoas que não pensam como ele. É verdade, ele mesmo não está ciente de sua sensação de vergonha, mas D'us, pesquisador e examinador de coração, sabe o que está nas profundezas de seu coração e protege a dignidade de qualquer um dos seres humanos. E como na verdade ele não está completamente satisfeito, D'us calcula isso em seu castigo, e ele pagará apenas quatro ovelhas sob o cordeiro.
Como são maravilhosas as sentenças da Torá! Onde estão asas nações e seus juízes, que não desceram nas profundezas das forças da alma e não publicaram um verdadeiro julgamento?
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