Yossef levou seus dois filhos, Menashê e Efráyim, para visitar o avô Yaacov, que estava doente. Yaacov pediu que eles se aproximassem para que ele os abençoasse. Yossef então colocou seus filhos perante Yaacov da seguinte forma: Menashê (o primogênito) à direita de Yaacov e Efráyim (o caçula) à esquerda. Porém, quando os abençoou, Yaacov colocou sua mão direita sobre a cabeça de Efráyim (o caçula) e a esquerda sobre a cabeça de Menashê (o primogênito).
Sobre esta passagem, o Rosh Yeshivá de Porat Yossef, Rabino Yehudá Tsadca, em seu livro Col Yehudá, diz que nesse momento houve uma discussão filosófica entre Yaacov e Yossef. Yossef pensava que pelo fato de Menashê ser o primogênito e também seu braço direito no governo do Egito, deveria ser abençoado primeiramente.
Yaacov, dentre nosso três patriarcas, destacou-se como “ish tam yoshev ohalim” (Bereshit 25:27) – freqüentador de lugares onde se estuda a Torá – pois passou catorze anos estudando Torá no bêt hamidrash de Shem e Êver e seus anos de vida foram dedicados a ensinar a Torá para seus filhos. Ele, por sua vez, entendia que Efráyim, o caçula, que era seu braço direito no estudo da Torá – seguidor expressivo deste seu caminho – é que deveria ter a preferência da berachá, embora Menashê também fosse seguidor da Torá e de seus caminhos, porém sua dedicação não era exclusiva à Torá, como era a vida de Efráyim.
Por esse mesmo enfoque, entendemos por que, ao terminar de abençoá-los, Yaacov disse “Veyicarê bahem shemi veshem avotay Avraham Veyitschac…” (Bereshit 48:16) – Que eles conduzam meu nome juntamente com os nomes de meus pais Avraham e Yitschac… (literalmente seja chamado neles meu nome e o nome de meus pais). Em princípio, Yaacov devia lembrar em primeiro lugar o nome de Avraham e Yitschac e depois o seu. Mas como Yaacov se destacava como “yoshev ohalim” – e este é o símbolo que queria deixar para as próximas gerações – antecipou seu nome ao de seus antepassados.
Rashi explica o passuc “bechá yevarech Yisrael…” (Bereshit 48:20) como: Por ti, abençoará Yisrael. Significando que todos aqueles que abençoarem seus filhos, usarão a bênção que foi dita a Efráyim e Menashê, dizendo-lhes: “Yessimechá Elokim Keefráyim Vechimnashê” – D’us te faça como Efráyim e como Menashê. Cabe aqui perguntar: por que Yaacov escolheu os dois filhos de Yossef (seus netos) como exemplo de bênção para todas as gerações?
Por ter permanecido distante de seu filho durante 22 anos, Yaacov preocupava-se com o estado espiritual de Yossef (vide parashá anterior). O Egito era o lugar de nível mais baixo e vulgar daquela época. Quando ficou comprovado que, apesar de morar no Egito – envolvido por idéias e conceitos completamente diferentes daqueles recebidos na casa do pai – distante dos demais irmãos e do meio ambiente de elevado nível espiritual que envolvia a família de Yaacov e pela influência positiva que este exercia sobre seus filhos, Yossef não apenas manteve seu nível espiritual, mas conseguiu educar seus dois filhos nos níveis mais eficientes e elevados do caminho da Torá e das mitsvot. Yossef não deixou nem um pouco a desejar da educação que Yaacov tinha dado a seus próprios filhos. Por isso, Yaacov teve uma surpresa muito agradável e quis ressaltar, para todas as futuras gerações, que mesmo em países como o Egito, há a possibilidade e a obrigação de educar os filhos no caminho da Torá e das mitsvot.
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