Rabino Arie Rojtenbarg

Amor à primeira vista

Por Rabino Arie Rojtenbarg

Eles têm hipóteses diferentes sobre o por que de terem prazer em conjunto, talvez por causa da natureza semelhante, visão de mundo semelhante, linguagem comum, ou talvez porque um complementa o que o outro está faltando. É importante enfatizar, embora tudo seja verdade, mas o principal motivo é um sentimento interior inexplicável. Esse sentimento é chamado de compatibilização.

Eles denominam este sentimento de compatibilização, eles chamam de amor. Em vez de dizer: “Gosto de você”, digo: “Amo você”. É o sentimento de aconchego que motiva o casal a se casar. “Com quem vamos casar?” Eles dizem: “Certamente com aqueles que amamos!”

Porém de repente a pessoa se depara com uma situação “inesperável”, pois a experiência de vida mostra que a mesma “graça encontrada” está desaparecendo. A compatibilização sozinha não é útil e desaparece lentamente com o tempo. Isso às vezes acontece imediatamente após o dia do casamento e às vezes depois de um período mais longo, mas limitado.

Durante a vida, quando necessidades profundas vêm à tona (situação econômica, estado civil, saúde etc.), áreas idênticas de interesse, visão de mundo semelhante ou compromisso mútuo com a coexistência não serão úteis. Além disso, com o passar dos anos, sentimentos, compreensões, necessidades, etc. mudam, cada pessoa se desenvolve em uma direção diferente da esperada, e o casal tem dificuldade em encontrar, se é que tem, uma conexão e linguagem comuns como no passado.

Pensamentos irritantes começam a correr soltos: será que cometemos um erro ao escolher um parceiro? Faz sentido continuar a relação conjunta quando não encontramos satisfação e interesse nela? A estrutura do casamento em que depositamos tantas esperanças agora parece ameaçadora. O mesmo compromisso de longo prazo, um compromisso exigente e escravizador, nos rodeia a cada passo. Somos obrigados a cumpri-lo e cumprir suas obrigações dia após dia por longos anos de vida. O que nos dará força para continuar trilhando o caminho da vida juntos, quando às vezes nossa visão de mundo é tão contraditória e a cola inicial já se foi?

Essas questões podem ser compreendidas e são, de fato, muito pungentes. Por que você justificará o investimento, a perseverança e até o sacrifício, conforme exige o convênio do casamento? Onde está o combustível que irá movimentar o sistema, que começou a operar anos atrás, mas desde então suas condições, circunstâncias e as pessoas que operam nele mudaram?

Cultivamos sonhos desde tenra idade e esperamos realizá-los na construção de nossa casa pessoal. Mas quando as expectativas são despedaçadas na rocha da realidade, quando a luta diária é exaustiva e o sonho de felicidade parece mais distante do que nunca, não encontramos forças para seguir em frente. Nesse momento, procuramos escapar da batalha. Às vezes, a separação é completa e às vezes a separação é parcial. A separação parcial caracteriza uma realidade em que o casal continua morando na mesma casa, mas não além.

A conclusão óbvia de todos os dados coletados até agora é que o sucesso de nosso casamento não deve depender da compatibilização inicial. Além disso, através do pensamento dos jovens casais, que essa união e encontrar graça – que significa “amor”, representa um perigo muito grande para a vida conjugal. Pois caso o marido encontre outras mulheres e festas e a mulher na mesma situação encontre outros homens, eles podem sentir aquela mesma graça e compatibilização sentidos como na primeira vez que encontraram seu cônjuge. O que acontecerá após este amoroso encontro será o mesmo que aconteceu ao encontrar seu cônjuge atual. Porém com uma pequena diferença: antes ele era solteiro, agora ele é casado. Não só isso, pelo fato de ser uma “mulher nova” ou um “homem novo”, pode ser mais atraente do que seu/sua parceira de vida. O desenvolvimento desta situação, D’us nos livre e guarde…

Nossas palavras não vêm diminuir a importância desse ajuste inicial. Esta união e a descoberta do encanto que a acompanha – as suas raízes são muito profundas e são o motivo que motiva o casal a casar. Sem esse sentimento natural, o casal não teria se casado. O Criador, que criou o homem, deu graça ao reino entre ele e ela. Mas, ao mesmo tempo, deve-se notar que esta é apenas uma faísca inicial. Quando sopram ventos de tempestade, essa faísca não é suficiente, certamente não para manter um fogo estável, quente e agradável por muito tempo. Para manter esta relação, é necessário real investimento pessoal, pois o verdadeiro amor é medido principalmente nos momentos de dificuldades a apoio e não somente em momentos de prazeres.

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