Tradutores: Gladis Berezowsky e Yeshayahu Fuks
“Olá, Sivan! Meu nome é Becky Kahn. Há alguns meses estávamos viajando pela cidade de Veneza, na Itália, que é conhecida por ser construída sobre as águas. Em um dos canais, de repente notamos um barco com as palavras ‘Gmar Chakima Tova’ (`Que seja selado no Livro da Vida’), escritas em hebraico nele.
Perguntamos ao dono do barco italiano do que se tratava, e ele disse que sua mãe era judia. Explicamos que, se era assim, ele também é judeu! Ele contou que sua avó foi uma sobrevivente do Holocausto, que perdeu todos os laços com o judaísmo após a guerra, e sendo assim, ele e sua mãe não sabem nada sobre sua identidade judaica.
Nós nos juntamos a ele e a sua companheira no barco. Descobrimos que ele é professor, pesquisador de línguas antigas, e que estava convidado para dali a um mês, estar numa grande conferência na Universidade Hebraica de Jerusalem. Aproveitamos a chance e o convidamos para nos visitar.
Um mês depois, realmente aconteceu! O Prof. Fabian Vitali veio a Israel pela primeira vez em sua vida. Construímos um cronograma apertado para ele que incluiu o Muro das Lamentações, as escavações do Muro, a Cidade de David, Yad Vashem (Museu do Holocausto), o mercado popular de Mahane Yehuda e, finalmente – um Shabat completo conosco em nosso ishuv, Tekoa.
Ele fez perguntas, se interessou, ficou admirado, participou de todas as tefilot (orações), comoveu-se e se encantou com tudo, das coisas pequenas às grandes, e disse que nunca tinha vivido uma experiência espiritual como aquela. No domingo de manhã, antes de partir, ainda deu tempo de colocar os tefilin junto com meu marido (foto).
Uma de suas frases que me emocionou foi: ‘Sabe o que é bonito nisso tudo? Vocês parecem tão livres e estarem aproveitando’. Fiquei feliz que foi assim que ele experimentou seu primeiro encontro com a Torá e com Israel.
No final da visita, presenteamos ele com uma mezuzá. Quando ele voltou a Veneza, colocou-a imediatamente no umbral da porta de sua casa, nos enviou uma foto e escreveu: ‘Obrigado por me dar um presente que conecta minha pequena casa à nossa casa grande em Jerusalém.’
Fabio se juntou ao grupo da Nota Diária (da Sivan) em italiano, e está constantemente nos dá notícias. Ele está aprendendo hebraico, fala o “Shemá Israel”, celebra o Shabat e, claro, planeja a próxima visita a Israel.
Já ouvi a expressão ashgachá pratit (‘supervisão divina’) muitas vezes na minha vida, afinal também poderíamos passar pelo barco dele e não notar ele e as palavras em hebraico. Mas aqui eu realmente vi como um encontro casual e despretencioso foi tudo menos coincidência.”
Obrigado, Becky. Mas deixe-me acrescentar algo: não apenas o encontro não foi acidental. Também houve uma decisão por parte de vocês de assumir a responsabilidade e não se contentar com uma mera conversa superficial com o Fabio.