D’us recompensa aqueles que depositam sua confiança somente Nele, como está escrito: “Aquele que deposita sua confiança em D’us será cercado de bondade (Tehillim 32:10).”
Alguns veem a reza como uma chance de se aproximar de D’us com uma longa lista de pedidos. “Dê-me saúde, dê-me riqueza, dê-me isso, dê-me aquilo….” Será que a oração é apenas isso, uma busca egocêntrica e meditativa por coisas boas?
A oração é um testemunho de nossa fé e confiança em D’us como nosso Provedor. Sob essa luz, podemos entender o verdadeiro objetivo da oração: Dar a D’us o que Ele mais deseja – nossa fé e lealdade. Assim, em Shir HaShirim (2:14), D’us proclama que deseja ouvir nossa doce voz em oração.
O sábio talmúdico Rava expôs o versículo: “Eu amava quando D’us ouvia a voz da minha súplica (Tehilim 116:6)”. O povo judeu disse diante de D’us: “Mestre do Universo! Quando sou amado por Você? Quando o Senhor ouve a voz da minha súplica (Pesachim 118b)”.
Nossas orações nos aproximam de D’us quando são sinceras e dirigidas a Ele, não para conseguir o que queremos, mas para nos aproximarmos D’le. Essa é a essência da oração, estabelecer uma conexão com D’us.
Esta história do Baal Shem Tov ilustra esse ponto:
Certa vez, um grande rei anunciou que atenderia a qualquer pedido. Muitos vieram com pedidos de prata, ouro e altos cargos, mas houve um homem sábio que fez um pedido único. Ele pediu permissão para entrar no palácio e falar com o rei três vezes por dia. O rei ficou encantado com esse pedido, pois viu que esse sábio valorizava a companhia do rei ainda mais do que a prata ou o ouro.
Aquele que vê o tempo de oração como uma oportunidade de estar com D’us – em vez de um momento para pedir coisas ou, pior ainda, como um fardo – ganha o favor de D’us e derruba os muros que normalmente o separam de seu Rei.
Do livro “The Power of a Whisper” (O poder de um sussurro), do rabino Yitzchak Botton