A ética dos pais

A ética dos pais – Pirkei Avot – Capítulo 1 Mishná 7

נִתַּאי הָאַרְבֵּלִי אוֹמֵר: הַרְחֵק מִשָּׁכֵן רָע, וְאַל תִּתְחַבֵּר לָרָשָׁע, וְאַל תִּתְיָאֵשׁ מִן הַפֻּרְעָנוּת:
Nitay Haarbeli sempre dizia: afaste-se de um mau vizinho, não se associe ao ímpio e não desista (da salvação por causa) da desgraça.
Nitay Haarbeli era o chefe do tribunal,  parceiro de Yehoshua ben Perahia que era o chefe do Sanhedrin. Ele nos dá três instruções que são todas voltadas para um objetivo: imunizar a pessoa de perigos ambientais, o que pode pôr em perigo seu nível espiritual.
O homem é advertido para se manter longe dos pecadores, que podem desviá-lo do caminho certo. A proximidade de um “mau vizinho” ou uma amizade com um “ímpio” pode influênciá-lo a fazer atos “não tão positivos”. Portanto, a orientação é: “Não ande com eles, evite seus pés do caminho deles “.(Mishlei 1:15)
Nitay Haarbeli vivia num momento em que as seitas que contrárias à tradição judaica eram mais fortes. O reino e até mesmo o alto sacerdócio estavam nas mãos dos saduceus.
Naturalmente, uma pessoa tende a se conectar ao sucesso, aos ricos, e àqueles que dominam todas as posições mias importantes. Por causa desta influência a Mishná adverte: Mantenha sua posição, mantenha sua visão firme, não deixe o sucesso temporário do ímpio deslumbrar seus olhos.
O sucesso do ímpio é temporário. A escala atual em breve será revertida e a verdade prevalecerá.
Afaste-se de um mau vizinho, não se associe ao ímpio
A influência do meio ambiente
Maimonides, que é conhecido por sua linguagem média, ao ensinar sobre a influência do meio ambiente, saiu do seu caminho conhecido para nos transmitir um caminho claro sem dúvidas (Mishnê Torá Hilchot Deot 6:1): ” A pessoa foi criada de tal modo que é influenciada em seus pensamentos pelos seus amigos e companheiros, se comportando como as pessoas de seu estado…Portanto, se ele está num lugar que o comportamento das pessoas é ruim e as pessoas não tem uma boa conduta, que se mude para um lugar de pessoas dignas e que se comportam no bom caminho. Se todos os lugares que ele conhece e que ouve suas notícias se comportam de maneira ruim… , deve viver isolado… , se forem perversos a tal ponto que não o deixam viver lá sem que comporte como eles, que saia para as cavernas, as colinas e o deserto, e com isso não será conduzido ao pecado … “
O que é um “ambiente”?
Na Parashat Bô, D'us ordenou sobre o sacrifício de Pessach.. Neste preceito pode-se ver que além das disposições que tratam da ordem de sacrifício, a Torá também comanda a forma de comer. “E assim vocês comerão com cinto apertado, com o sapato nos pés, e com o cajado na mão, e comê-lo-á com pressa, (pois) é Pessach para D'us…Em uma casa será comido, não tire a carne para fora de casa, e não quebrarás o osso “.
 
O motivo pelo qual se deve comer o sacrifício de Pessach dessa maneira, é claro: o povo de Israel está diante de sua redenção e para não se esperarem mais do que necessário no Egito, nem mesmo um momento, Moshe instrui-os a comer o sacrifício “nas malas”. Este modo de comer o sacrifício, também é compreensível para as próximas gerações: para lembrar ao povo de Israel, a magnitude do milagre que foi feito aos seus antepassados.
Porém, por que D'us decretou ao povo de Israel “e não quebrarás o osso”? Por que a Torá proibe quebrar o osso ao comer o sacrifício, já que isso não é proibido em outros sacrifícios?
A resposta à esta pergunta aparece no Sefer Hachinuch do Rabino Aharon HaLevi zt “l, que diz que comer o sacrifício de Pessach é para lembrar ao povo de Israel que D'us escolheu-os dentre todas as nações. Quebrar ossos, é modo de comer das pessoas rudes. E assim escreve o Sefer Hachinuch (mitsvá 16):”pois não é nobre aos filhos dos reis e seus conselheiros arrastar os ossos e quebrá-los como cães”. A memória do êxodo do Egito se destina a incutir em nossos corações, que somos os filhos de reis, e, portanto, é dada grande importância às ações realizadas neste momento. O poder dessas ações simples é muito grande e afeta o sentimento do coração assim como o meio ambiente afeta nossa consciência. Sendo filhos de reis, não deixaremos que nossos comportamentos sejam unfluenciados por qualquer “onda” da vida
Hoje, a mídia eletrônica é o meio ambiente central do homem. Se no passado era dito: Diga-me quem são seus amigos para que digamos quem eres, hoje em dia é dito: diga-me em quais sites você navega e direi-lhe quem você é.
Hoje, o ambiente do homem mudou enormemente. A mídia eletrônica mudou a face do meio ambiente, as fontes modernas de informação, substituiram os livros em favor da internet. A influência destes meios de informação na consciência da criança e da pessoa adulta é imensamente maior do que no passado, na época que somente existiam livros. As fontes atuais são muito mais informativas e visuais.
Se essas medidas ajudam às pessoas a alcançarem seus objetivos espirituais, não há melhores meios do que elas. Mas se os objetivos dos atuais “guias” desviam as pessoas do verdadeiro objetivo, não há meios que sejam mais perigosos para a alma.
Quando os sábios procuraram a razão pela qual o Povo de Israel tiveram o mérito de sair do Egito, eles disseram: “Em virtude de não mudar seus nomes e não mudar a língua deles”.
De fato, que diferença há entre mudar ou não o  nome e a roupa, em relação a saída do Egito?
A resposta é que isto demonstra a falta de integração do Povo de Israel na cultura egípcia. Eles viram isto como um auto-sacrifício.
Essa devoção para se manter como uma pedra forte, contra as ondas do ambiente, foi o mérito do povo de Israel para sair do Egito. Esta devoção foi o mérito pelo qual o Povo de Israel receberam a Torá de D'us. É o que preservou o povo judeu como tal, apesar de suas longas perambulações nos vários países e culturas.
Uma diferença entre o mau vizinho e o ímpio
No que se diz respeito ao vizinho, o sábio da Mishná toma uma língua ativa – “afaste-se” – uma expressão que devemos abster de manter qualquer tipo de contato, expressado no distanciamento real. Porém em relação ao ímpio, é usada uma expressão menos dura: “Não se conecte” – por quê?
A resposta é que a influência do vizinho é maior que a do amigo. O vizinho vive ao lado, nós o encontramos várias vezes durante o dia. Os vizinhos causam encontros frequentes não só com a própria pessoa, mas também com sua família. Portanto, há um grande perigo espiritual para todos os membros da família se o vizinho não anda no caminho correto.
Por outro lado, o ímpio, não vive perto de você e, portanto, tem menos influência. Aqui, o sábio da Mishná nos adverte para que não tomemos a iniciativa de aproximação e amizade para que não aprendamos com suas ações.
O efeito dos vizinhos destrutivos é um ritmo acelerado.
Para ilustrar:
Bairros inteiros em Nova York e outras cidades logo se tornaram áreas de crime perigosas, quando pessoas de má influência se estabeleceram e assumiram o domínio destes bairros. Uma das coisas mais importantes que se tem de enfrentar ao escolher um lugar para viver são bons vizinhos.
A consideração e a necessidade de encontrar um bairro com moradores de boa influência, é mais importante do que as direções de ar ou a qualidade do piso do apartamento, porque mesmo que você rodeie o duplex com uma parede de mármore, você não protegerá você e seus filhos, de danos ambientais.
E não desista (da salvação por causa) da desgraça.
Essas palavras possúem importante significado: encorajar uma pessoa que está em um estado de grave desgraça e calamidade e lhe diz: não se desespere, não desista da salvação, você deve esperar pelo bem. D'us não tem mão curta que lhe impossibilita de salvar-lo. Mesmo em situações ultra super difíceis, D'us ajuda!
Este pensamento somente será possível caso a pessoa esteja perto de pessoas que lhe influênciam ao bem, perto de pessoas que põe a D'us no centro de suas vidas, sabendo que Ele é o bem e bom de tudo, que tudo que Ele nos faz é para o bem. Com boa vizinhança que sempre nos influência para o bem, com bons amigos que sempre nos fornecerão o melhor apoio nos momnetos mais difíceis, estaremos sem pre bem inflênciados para aguentar as “ondas da vida”.
 

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