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Aqueles que enxergam o que não vemos

Aqueles que enxergam o que não vemos | Emunah Todo Dia

Guedolei Israel são capazes de enxergar coisas que não conseguimos ver. O passuk diz:“Hashem torna seus segredos conhecidos para aqueles que O temem.” É muito benéfico a qualquer pessoa procurar se aconselhar com Guedolim. Algumas vezes o conselho dado por eles não parece ser aquele que nos permitiria alcançar o que pedimos mas, nesse momento, devemos nos dar conta de que eles enxergam as coisas de modo diferente do nosso. Eles sabem muito mais que nós.

Um homem em Israel (a quem chamaremos de Reuven), estava preso no meio do trânsito em um ônibus lotado numa sexta à tarde com o início de Shabat se aproximando. Ligações telefônicas foram feitas. Os passageiros foram avisados de que deveriam descer do ônibus e passar Shabat na cidade mais próxima, chamada Yokneam. Havia mais de cem pessoas no ônibus e, ashrechem Israel, os moradores da cidade acolheram a todos alegremente. Algumas famílias acolheram três pessoas, outras até quatro. Reuven estava viajando sozinho e foi convidado por uma família que tinha um quarto pequeno disponível para uma pessoa só. Reuven ficou muito agradecido.

Ele falou para o dono da casa que não queria parecer mal educado mas não poderia sentar para comer com eles. Ele explicou que, duas semanas antes, tinha ido falar com o Rav Kanievsky para perguntar o que poderia fazer para ter o mérito de ajudar a sua filha a se casar. Ela estava com trinta anos e passando por uma fase difícil. O Rav Chaim Kanievsky disse que ele precisava de messirut nefesh – auto-sacrifício. Quando Reuven lhe perguntou qual messirut nefesh o Rav disse para ele usar um gerador em Shabat no lugar da eletricidade regular. O Chazon Ish alegava que por causa da profanação do Shabatdos funcionários da concessionária de energia elétrica, ela não deveria ser usada no Shabat. Reuven pensou consigo mesmo que seria muito caro obter um gerador mas estava querendo ser mosser nefesh e seguiu o conselho do Rav. O dono da casa lhe disse que era o dia de sorte de Reuven porque ele era um dos únicos moradores daquela cidade com um gerador particular. Ele disse que havia comprado há algum tempo e que Reuven poderia  usá-lo e desfrutar de Shabat com eles.

Reuven estava muito impressionado com a Hashgachah; talvez a única casa em toda a cidade com um gerador era aquela para a qual foi convidado. Naquele Shabat, seu anfitrião lhe contou que o filho de 28 anos estava em uma missão de chessed. Reuven contou como sua filha Penina gostava de fazer chessed. Surpreendentemente, algumas semanas depois, o filho do anfitrião e a filha de Reuven ficaram noivos. O conselho do Rav Kanievsky funcionou quase de imediato.

No livro Bedidi Hava Uvda, o autor, Rav Friedman, conta uma história que ouviu de quem a vivenciou, Rav Menachem Arava de Israel. Rav Arava é um baal teshuva que serviu na força aérea israelense na década de ‘60. Ele acabou indo estudar numa Yeshivah em Jerusalém por anos e depois se mudou para Bnei Brak. Quando seu filho Meir fez catorze anos, estava tendo dificuldades para aprender e entender Guemarah. Seu pai lhe falou para ir ver o Rav Chaim Kanievsky. Meir pediu ajuda e o Rav Chaim concordou em estudar com ele uma vez por semana, de sexta à tarde. O menino progrediu no aprendizado e acabou indo estudar na Yeshivah de Ponovitz. Ele permaneceu próximo ao Rav Chaim Kanievsky que semanalmente testava seu aprendizado. Quando o Rav lhe disse que era hora de se casar, ouviu de imediato. O Rav Kanievsky então lhe disse que queria que ele escrevesse um livro elaborando as fontes que a Mishna Berura traz. Meir disse que sentia que isso estava além da sua capacidade.

Alguns anos mais tarde, Meir foi falar para o Rav Kanievsky que ele e sua esposa ainda não haviam sido abençoados com filhos. O Rav lhe disse para escrever o livro sobre o qual havia lhe falado e que isso traria ayeshuah. Desta vez, Meir se empenhou e colocou todos seus esforços nesse livro. Quando ele publicou o primeiro volume, chamado Meir Oz, sua esposa teve o primeiro filho. Após cada livro que ele escrevia, era abençoado com outro filho. No momento que contou essa história, havia publicado seu quarto livro e sua esposa havia acabado de ter a quarta criança.

Guedolim conseguem enxergar coisas que não conseguimos ver. Se temos acesso a eles, devemos pedir seu conselho. E é óbvio que todas as Mitzvot que fazemos, produzem bondade  e bênçãos. Quando fazemos elas com esforço e messirut nefesh, ainda mais bênçãos chegam. O que tivermos capacidade de melhorar, irá nos ajudar imensamente. 

                                                                        — Rav David Ashear

Postado com autorização do Living Emunah e Emunah Todo Dia

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