Ele (Hilel) sempre dizia: aquele que procura engrandecer seu nome, perderá o nome que já tem. Aquele que não acrescenta mais nada a seus conhecimentos, os conhecimentos que já tem, os perderá. Aquele que não estuda, alcançara a morte espiritual. Aquele que usa uma coroa que não é sua, é considerado como não existente neste mundo.
Esta mishná nos transmite muitos ensinamentos amplos e profundos. Este arquivo abrangerá a primeira parte da mishná.
Hillel a seus discípulos, os perigos inerentes à procura do respeito e da publicidade. A pessoa que se esforça em todos os seus dias criando uma impressão e bom nome imaginando fazer o bem, no final não alcançará seu verdadeiro objetivo, e perderá o que já adquiriu.
Aquele que procura engrandecer seu nome, perderá o nome que já tem.
A pessoa que aspira a ser divulgado, e está trabalhando em cultivar sua imagem aos olhos das massas – o fim dele será que perderá suas aquisições pessoais e perderá seu bom nome.
Em todas as posições e profissões, é bom que ele permaneça em seu “nicho”, em sua singularidade, naquilo que o Criador lhe concedeu. Cumprir a sua parte consciente e fielmente, não tendo a pretensão de ocupar áreas não relacionadas a ele.
Aqueles que estão entusiasmados para se auto-publicar acabarão perseguindo uma busca fútil atrás da glória desejada. A fórmula é comprovada e experimentada: “Quem persegue a honra – a honra escapa dele”.
O fenômeno da singularidade no homem é outra expressão do fato de o homem ter sido criado à imagem de D'us. O Criador do mundo criou o homem à Sua imagem como Seu caráter, e como resultado, algumas das virtudes Divinas, fazem parte integral do comportamento humano. Sobre o Criador é dito: “Um, e não há ninguém como sua singularidade, oculto, e não há limites para Sua singularidade”. Em miniatura, também encontramos no ser-humano esta única singularidade.
A palavra “adam (homem)” não tem plural. Não pode ser dito: ” adamim (como plural da palavra adam na língua hebraica). Cada pessoa é uma criatura única em sua singularidade.
A raiz da singularidade do homem está nos seis dias da criação. Quando D'us, criou todos os seres do mundo, todos foram criados com sua classe ecológica (macaco com os macacos, leão com os leões, e etc…). Porém, somente o homem foi criado sozinho. D'us poderia ter criado dezenas de milhares de pessoas igualmente, mas ele preferiu não fazê-lo. A razão disto consta no Talmud (Sanhedrin 37a): “por isto o homem foi criado sozinho, para ensinar-lhe que todo aquele que mantém (salva) uma alma, é considerado como estivesse salvando o mundo inteiro”. A criação de uma única pessoa é, portanto, um símbolo de sua importância, um sinal de que é equivalente ao mundo inteiro.
Cada pessoa tem sua própria singularidade, sua maneira especial de glorificar D'us no mundo. Embora o objetivo geral de cada um é de aumentar o respeito à D'us através de comportamento segundo as diretrizes Divinas, de qualquer modo, não existem dois seres-humanos com missão idêntica. Cada um tem sua própria cor na magnífica imagem do respeito e da honra Divina.
Este princípio é muito vinculativo e significativo. Se alguém falhar em cumprir seus deveres, danos irreversíveis serão causados à toda criação. Ele não poderá completar ou corrigir as missões não cumpridas, pois estas são de exclusividade de cada um singularmente. Para que cada um cumpra sua missão, D'us concedeu a cada uma de Suas criaturas ferramentas únicas, através das quais ele deve executar sua missão específica.
No arquivo de dados de cada uma das criaturas, estão todos os testes e provas e as dificuldades singulares de cada um.
É importante enfatizar que o “o paletó dos testes” foi “costurado” por D'us, sob medida, de acordo com a missão programada pelo Divino à esta pessoa. Algumas pessoas reclamam de suas muitas dificuldades. Na opinião deles, os julgamentos que os afligem de todos os lados são insuportáveis. Às vezes eles podem ser ouvidos dizendo: “Se nossas condições de vida fossem semelhantes às de nosso amigo, certamente teríamos trabalhado o Criador em plenitude”. Essa abordagem é erroneamente fundada. Uma pessoa deve saber que não há espaço para reclamações ou comparar sua situação com a de outra pessoa. Se “o pano de fundo” de sua vida é difícil, isso significa que D'us tem interesse que a pessoa faça grandes esforços para avançar precisamente ao estar nesta situação. A pessoa deve entender que estes são os dados com os quais deve cumprir sua missão, estas ferramentas são únicas à ele. Nenhuma criatura jamais recebeu e jamais receberá uma tarefa igual à outra pessoa, nenhuma pessoa experimentou a vida como outra pessoa.
A singularidade, é uma bênção Divina. Do posto especial no qual a pessoa foi colocada nele, deve servir a D'us. Tendo sucesso em sua missão, cumpriu sua tarefa em relação ao serviço Divino.
Riqueza
Em geral, a palavra “riqueza” é usada como uma expressão de riqueza financeira, embora a palavra “riqueza” também seja verdadeira para vários aspectos da vida, como saúde, casamento, filhos, educação, relações humanas e muito mais. A riqueza, portanto, expressa situações de realização e perfeição.
Dois tipos de riqueza
De fato, dois tipos diferentes de riqueza podem ser distinguidos: O primeiro é uma situação em que se acredita que ele tem tudo e que não lhe falta nada. Essa crença é o resultado da suficiência com o que tem, como consta na mishná )Pirkei Avot 4:1): “Quem é o rico? Aquele que está feliz com sua porção!!!”
O segundo tipo de riqueza é a situação que constantemente a pessoa preenche a ausência de suas necessidades, alcançando seus objetivos. As conquistas desafiam a vida e criam um profundo sentimento de satisfação e felicidade. Assim, em contraste com o primeiro tipo, neste caso, é preciso desenvolver suas próprias expectativas, a fim de criar um sentido de ausência que ele então cumprirá alcançando seus objetivos.
Mentalmente, os dois tipos de riqueza podem ser divididos da seguinte forma:
O primeiro tipo, é a alegria com as coisas que a pessoa possui. Por um lado, esta alegria leva à falta de preocupações e, portanto, cria uma atmosfera de calma e paz, mas também carece de desafios e, portanto, pode ser expresso em tédio e falta de significado e satisfação.
O segundo tipo, por outro lado, pode levar a uma vida cheia de significado e satisfação. A felicidade, que é por natureza uma emoção passageira, é consistentemente carregada pela sequência de metas e realizações. Mas diferentemente da primeira riqueza é expressa na ausência de calma e tranquilidade e pode até criar medos e decepções como resultado de expectativas não realizadas ou perdas e perdas.
Será possível conciliar entre os dois tipos?
Pode-se supor que não há pessoa no mundo que não esteja interessado em conciliar esses dois tipos de riqueza, em qualquer área de sua vida.
À primeira vista, parece ser impossível, por serem dois conceitos opostos. Cada um deles, tem vantagens e desvantagens próprias. Assim, a pessoa é forçada a escolher entre paz de espírito e tédio, ou alternativamente entre desafios e conquistas sem calma mental.
A fim de resolver este conflito, vamos examinar a explicação do Rabi Shneur Zalman de Liadi Zts”l, autor do renomado livro básico de chassidut, “Tanya”, sobre o ditado “”Quem é o rico? Aquele que está feliz com sua porção!!!” e assim ele escreve:
“Espiritualidade e materialidade são basicamente opostos, a essência do materialismo, é uma deficiência no espiritualismo. No materialismo, aquele que está contente com o que tem, está em nível superior, e através de seu serviço Divino, alcançará supremos níveis. No espiritualismo, aquele que está contente com o que tem, é uma das maiores falhas existentes, e assim, esta pessoa desce de nível e cai. : a fisicalidade – a mais feliz delas é do maior mérito, e trabalhando ele alcançará os níveis mais altos.
De acordo com essa explicação, que a riqueza depende se a pessoa está feliz com sua porção, esta riqueza é válida unicamente em relação às realizações materiais. Quando se trata de conquistas espirituais, é preciso tentar alcançar o máximo possível.
De acordo com isso, o primeiro tipo de riqueza é relacionado à riqueza material, e o segundo tipo de riqueza, é relacionado à riqueza espiritual.
Para entender como conciliar entre os dois tipos, devemos esclarecer exatamente a diferença entre realização material e realização espiritual. O modo mais simples de explicar, é o seguinte:
Como é sabido após cada colocação de meta, existem dois estágios:
- Realizar atos que ajudarão chegar a alcançar o objetivo.
- Alcançar o objetivo na prática
Pode-se dizer, portanto, que realizar o objetivo constitui a realização espiritual, pois realização dos atos, há uma importância espiritual que não é captada nos cinco sentidos. Atingir o objetivo, por outro lado, constitui a conquista visível e material.
Ambição material e espiritual
Superficialmente, esta divisão ainda não resolve o conflito, porque, como explicamos a riqueza material causa a princípio, certa tranquilidade, algo que falta na riqueza espiritual; portanto, será quer a pessoa que procura sua riqueza espiritual, será prejudicado por não estar tranquilo buscando sua riqueza?
A resposta a esta pergunta é que realmente existe esta distinção entre os dois tipos de riqueza. O alcance de objetivo materiais, não são fáceis de serem alcançados. Se uma pessoa se sente a falta material e tiver desejos de conquistas, provavelmente lhe alcançarão decepções e stress ao longo de sua vida. Por isso, é muito duvidoso que o alcance de vontades ocasionais, valem a pena todo o sofrimento envolvido e, portanto, a solução que é necessária neste caso é se contentar e se alegrar com a existência.
Em nítido contraste com isso, as realizações espirituais estão sempre à mão, pois cada pessoa recebeu o livre arbítrio agir de acordo com sua capacidade, independentemente das consequências, e tudo depende unicamente de sua boa vontade. De acordo com isso, a calma e a paz de espírito não estão em contraste com o sentimento de falta de lacuna espiritual, uma vez que o preenchimento desta lacuna é questão de pura e simples vontade pessoal de cada um e um e não envolve tensões e decepções, como em caso de preenchimento de lacuna material. E, portanto, contrariamente às realizações materiais, é possível, e até desejável, aspirar a realizações espirituais sem qualquer medo e, assim, experimentar a felicidade infinita da tranquilidade e paz de espírito. Que homem rico que é feliz com sua parte material !!! E é o feliz é aquele que cuida de sua parte espiritual !!!
Em resumo
Estes dois tipos de riquezas certamente podem “caminhar de mãos dadas”, permitindo desfrutar de uma qualidade perfeita de vida. Tudo isto depende de uma condição imprescindível, que por um lado avalia e elogia o modo prático de fazer as coisas, e por outro lado, considera os objetivos alcançados somente como meio de aproximação ao Eterno. Tal solução é trivial para resolução de uma série de problemas, podendo alcançar a paz de espírito (riqueza) através de que estaremos contentes com nossos meios materiais e também tendo a felicidade por meio de procurar alcançar objetivos e metas espirituais.