Na mesa de estudos do Maran Chazon Ish, subiu um menino pequeno e levado. Ele dançou e alegrou-se entre os livros sagrados e em face dos olhos sagrados do Chazon Ish, o pai do garoto entrou em pânico, correu para o menino com raiva, gritando e removendo-o da mesa e com alguns “tapas na cara”, não justuficadios. O Chazon Ish olhou para o pai e perguntou: “Por que você bateu no seu filho? “Eu estou educando-o para que tenha educação e aprecio pelo estudo da Torá”-respondeu o pai. O Chazon Ish pensou e disse ao pai: “Eu duvido que seu filho agora absorveu o correto modo de vida. O que ele sim teve, foi uma educação para uma raiva incontrolável. Conclusão: educação e raiva não vão juntas.
Parashat Vayechi trata do ensinamento eterno das relíquias educacionais de Yaacov Avinu para seus filhos. Antes de deixar o mundo, Yaacov Avinu chama seus filhos e lhes ensina o caminho adequado. Começa com o primeiro dos filhos, Reuven, e começa com duras palavras morais e repreende: “Reuven você é meu primogênito, você é a minha primeira força e a mais forte você é mais corajoso e poderoso…” (Bereshit 39: 3-4).
Rashi explica: “Você é mais corajoso e poderoso…” – você deveria ter superado seu irmãos nos cargos do sacerdócio e do reino. E o que fez você perder tudo? “sua raiva revelada rápidamente, como a água que corre sem parar a correnteza, portanto, você não receberá todos aqueles benefícios que eram adequados para você. E em que caso você demonstrou rapidamente sua raiva? No caso que subistes trocou a ordem das camas e profanou o nome de D`us. Ou seja, conclui-se daqui, que Reuven pecou.
Porém no Talmud (Shabat 55b), encontramos uma opinião um pouco diferente desta.
“O Rabino Samuel ben Nachmani disse em nome de Rabi Yonatan: Aquele que afirma que Reuven pecou, está completamente enganado, uma vez que está escrito que os filhos de Yaacov eram doze. Isto significa que todos estavam ao mesmo nível de Kedushá (santidade). Ele simplesmente disse: se a irmã da minha mãe era uma das outras esposas de meu pai, a serva da minha mãe será também uma das esposas de meu pai, portanto Reuven trocou a ordem das camas para que Yaacov dormisse com Leah, a mãe de Reuven. Ou seja, o que Reuven fez, foi nada mais do que manifestar “uma falta de respeito à honra de sua mãe”. Mesmo que poderiamos opinar que aqui houve um leve pécado por não ter respeitado a órdem das camas mantida por seu pai, será que isso foi suficientemente grave para que perca as três garndes coroas ” sacerdócio, reinado e primogenitura?!”
Para entender estas palavras, devemos preceder as palavras do ” Siftei Chaim”. “D'us nos livre de tratar do nível de santidade do primogênito de Yaacov Avinu, não merecemos e não devemos falar sobre pequenas imperfeições das Doze tribos Divinas. Porém a Torá condenou a má virtude de “sua raiva revelada rápidamente, como a água que corre sem parar a correnteza” para nos ensinar que calma e pensamento podem causar que façamos atos precipitados sem pensar nas devidas consequencias. E por outro lado, devemos saber o tamanho da virtude da serenidade que é a base ea chave para encher todas as missões que devemos cumprir em nossas vidas.
Maran Rosh Yeshiva Rabbi Aharon Leib Steinman Zts”l nos ensina que a reclamação sobre Reuven foi por ter manifestado a falta de respeito por sua com fúria. Caso ele tivesse com fúria, porém tivesse ficado em silêncio, não perderia nada. Porém o ato feito com fúria, causa más consequencias, como o escrito na famosa carta do Ramban que “a raiva é uma medida ruim para perder as pessoas”. Seu pai provou o grau de raiva que o levou a pecar.
Rabi Samson Raphael Hirsch aponta o ponto de “afobado como a água” – “instabilidade como água” A água é fluida e flui rapidamente para a frente … Na língua dos sábios encontramos: A característica mais geral que define qualquer fluido como líquido é a incapacidade de se conectar e unir, o que significa “instabilidade”.
O Netziv de Volazin, em seu comentário sobre o significado da perda da monarquia: “afobado como a água- a água que se esvazia do utensílio, mais do que outras bebidas. A água quando se esvazia do recipiente, não fica nada dentro do recipiente mais do que outras bebidas, que ao esvaziarem de seus devidos recipientes, ainda ficam neles resíduos dos líquidos. Yaacov disse que Reuven estava afobado em pôr tudo para fora como a água, que sai rápido de seu recipiente e não deixa nada.
A pessoa deve absorever e entender todas as entranhas de cada virtude e virtude, nos mínimos detalhes. A torá nos ensinou, que devemos aprender da água que que em qualquer movimento, mesmo sendo o mais mínimo que seja, sendo feito de modo afobado e confuso, a pessoa pode perder todo seu posto e aquisições espirituais, por esta falta de calme e serenidade.
E por que esse atributo interfere na monarquia e no sacerdócio? Explica o Saba de Kelem, que o princípio do trabalho do sacerdote, é o pensamento. Em um simples pensamento, ele pode invalidar um sacrifício. Assim também no reinado, sem calma e serenidade, não conseguirá manter tudo na devida órdem e programação.
O sábio disse: “Não há dispersão como a dispersão da alma, e não há descanso como descansando a alma”. Na verdade, quase ninguém escapa da doença do pânico, seja muito ou pouco. A deficiência de pânico, é invisivel, pois a pessoa pode ser a pessoa mais calulada e programada possível, e mesmo assim pode se transformar em verdadeiro afobado. Pois a afobação é um defeito na mente da pessoas, que é oriundo da falta de controle de seus desejos e de más virtudes. Estes dois pontos, fazem com que as pessoas pulem etapas extremamente necessárias, e são totlamente sem nenhum tipo de sabedoria e conhecimento. Pois o primeiro passo para a sabedoria é o descanço da alma. Depois deste passo, é o início da sabedoria. A investigação da sabedoria, deve ser feita com descanço da alma, para que possa verficá-la bem e para que possa calular seus passos.
E por que seus descendentes a perderam? Explica o Siftei Chaim, o elemento de poderes e qualidades da alma são herdados de pai para filho por gerações, tanto as boas quanto as más virtudes. Quando há uma fraqueza nas virtudes do pai, existe um perigo para as gerações futuras que, se não se esforçam para corrigi-las, estas fraquezas podem crescer e expandir.
Yaacov Avinu viu no ato de Reuven a raiz do traço de “afobado como a água” em um sentido de afobação e falta de calma. Embora Reuven tenha feito teshuvá muito forte desta ação, é muito difícil desarraigar completamente um traço mental.Yaacov, não tinha certeza absoluta de que a desvantagem não passaria para seus filhos e descendentes de Reuven. E a responsabilidade de Yaacov para as missões futuras de seus descendentes, fez com que tirasse deles estes cargos, para que não falhem neles.
Para aprofundar um pouco mais neste assunto, devemos estudar sobre a crírtica de Yaacov Avinu a seus filhos, antes de falecer.
Ao estudar aprofundamente a crítica de Yaacov a seus filhos antes do falecimento, perceberemos que Yaacov estava moderado durante sua vida inteira., pois quando Reuven cometeu seu “erro”, está escrito somente “e escutou Israel” (Bereshit 35:22), e não mais. Mesmo que Yaacov avinu e sentiu dores, mesmo assim não disse imediatamente uma crítica. Assim também é a crítica feita em relação a Shimon e Levi, após o massacre feito por eles ao povo de Shechem. No início, Yaacov repudiou-os somente pela reação dos povos vizinhos, mas nenhuma palavra sobre o próprio ato do massacre. Somente após dezenas de anos, Yaacov revelou sua verdadeira opinião sobra a filosofia que os conduziu a anos atrás. Tudo isso para ilustrar a eles e às gerações a importância do grau de calma e tranquilidade, renegando uma resposta rápida e impulsiva.
Quando descobrimos, muitos dos pecados ocorrem devido à velocidade da reação! A impulsão é a mãe de todos os pecados. Se a pessoa parar um pouco, respirar fundo, olhar para o passado, observar o futuro, pesar seus passos antes de seguir os conselhos de seu máu instinto, provavelmente terá o poder de superá-lo, como escreve o Rav Dessler, que o pensamento é o maior contratempo do máu instinto. Vale a pena que uma pessoa adote o conselho do sábio: “Não há dispersão – como a dispersão da alma, e não há descanso como o descanço da alma”.
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