Como o amor é criado? Como causamos envolvimento e comprometimento? A Parasha dessa semana, Trumah, revela um grande segredo educacional: há apenas algumas parashiot (porções semanais da Torah), D’us trouxe dez pragas sobre o Egito, abriu o mar e nos deu a Torah e, de repente, ele pede nossa doação e atuação para que seja construído o tabernáculo (Mishkan). Qual é o sentido de todas essas instruções técnicas de construção? Por que as pessoas deveriam se voluntariar e trazer tábuas, tecidos e outros materiais?
Muitos comentaristas explicam que D'us não precisa de nosso dinheiro e ouro – ele quer o coração, a parceria. Até agora, o Povo de Israel foi passivo e desfrutou de muita bondade e milagres, e agora está se tornando ativo e assumindo responsabilidades. Ele toma parte em escrever a história, e quanto mais investem – mais amam. Isso é verdade não apenas na construção do Mishkan, mas também nos relacionamentos conjugais (quanto mais investimos – mais nos conectamos), na paternidade (o grande esforço que fazemos pelas crianças nos conecta a elas), na educação (as crianças precisam não apenas de direitos, mas também de obrigações, para que se sintam responsáveis) e no estudo da própria Torah (quanto mais investimos, mais sentimos pertencimento).
O Rabino Eliyahu Dessler elaborou isso em uma frase contundente: “mais do que o dar vem por força do amor – o amor vem por força do dar”.