Falamos todos os dias em Ashrei, “ואתה נותן להם את אכלם בעיתו – que o próprio Hashem nos dá nossa parnassah no momento exato, pois ele sabe qual é o momento melhor para cada um de nós. O Shulchan HaTahor, fala de quatro Mitzvot extraídas da Torah que a pessoa pode fazer sempre que a parnassah está aparentemente demorando para vir. A primeira delas é evitar ficar com raiva. Como sabemos, nas horas de pressões financeiras, as pessoas ficam naturalmente mais irritáveis e, ao conter essa raiva, elas cumprem uma Mitzvah. Se manter calmo e agradável com os membros de sua família, apesar do estresse que você está passando, é uma Avodah muito poderosa. Ele também menciona duas outras mitzvot específicas, relacionadas a ter Emunah: 1) acreditar que a situação está sendo orquestrada por Hashem e 2) que essa é a única razão pela qual sua parnassah está atrasada, não por causa do que parece ser natural como as coisas parecem ser no mundo. A quarta Mitzvah, ele escreve, é aceitar com amor que Hashem está fazendo o melhor para nós.
Cada situação em que nos encontramos na vida é uma nova oportunidade para servir Hashem de maneira adequada a partir da circunstância particular. Nossa capacidade de fazer isso é o que determina o nosso sucesso nesse mundo. Saber que Hashem está no comando da nossa parnassah e que, somente Ele determina como e quando a parnassah chegará, nos ajudará nas mais diversas áreas. Seremos sempre capazes de nos mantermos calmos e controlados, preparados para agir da maneira que Hashem quer.
Um fonoaudiólogo me contou que no início da Covid, em março 2020, seu negócio fechou e permaneceu fechado até dezembro daquele ano. Nesse interim, sua filha mais velha ficou noiva em setembro e marcou a data do casamento para 28 de dezembro. Já era bastante desafiador para ele arcar com suas despesas regulares, mas fazer um casamento naquele momento parecia praticamente impossível. Inicialmente, ele estava muito preocupado, mas então se lembrou de uma lição de Emunah que tinha aprendido, que Hashem dá para cada pessoa o que ela precisa, no momento que ela precisa, e isso o manteve calmo. Cada vez que surgia uma despesa, ele se concentrava apenas naquela despesa e não se preocupava com as futuras. Baruch Hashem, ele conseguiu pagar todas as contas. Ainda assim, as despesas mais altas estavam chegando na medida em que se aproximava a semana do casamento.
Ele tinha preenchido um formulário de desemprego e estava qualificado, mas por alguma razão qualquer, ele não recebeu o pagamento. Ele gastou muito tempo e colocou muita energia falando com diversas pessoas, tentando receber o pagamento, mas não teve sucesso. Finalmente, ele recebeu uma carta informando que dia 18 de dezembro ele receberia uma ligação, em que seria feita uma audiência para determinar se receberia o pagamento que estava tentando receber. Ele sentiu que isso tinha sido min haShamayim, acontecer justamente dez dias antes do casamento. E, de acordo com seus cálculos, ele receberia cerca de $15,000, exatamente o que ele precisava para pagar suas contas.
Chegou 18 de dezembro, ele recebeu a ligação. A conversa demorou 50 minutos. No final, o juiz disse a ele que o benefício tinha sido negado. Todo o seu esforço e esperanças acabaram de ser destruídos. Mas ele, mais uma vez, se fortaleceu dizendo: “Eu ter achado que o dinheiro viria de lá, não significa nada. Hashem não precisa da minha ajuda para Lhe dizer de onde me enviar o dinheiro”. Sua grande Emunah aliviou muito estresse e deu a ele forças para seguir em frente, com a confiança de que estava reagindo exatamente como Hashem queria que ele fizesse.
Numa quinta-feira, 24 de dezembro, seu corretor lhe telefonou dizendo que seu pedido de refinanciamento tinha sido aprovado e, se eles formalizassem isso imediatamente, poderiam conseguir já para janeiro. Alguns meses antes, ele tinha consultado seu corretor para ver se conseguia taxas mais baixas, mas, devido a alguns problemas, não tinham conseguido. Agora, quatro dias antes do casamento, finalmente deu certo. Ele foi ao banco e conferiu os papéis. E viu que, no final do documento estava escrito: $13,500 de retorno em dinheiro. “O que é isso?”, ele perguntou.
O corretor disse: “Ah, esqueci de te falar. Você receberá esse valor de volta, e pode fazer o que quiser com ele”. Em seguida foi informado a data que o dinheiro entraria na sua conta – 28 de dezembro, o dia do casamento. Lá mesmo ele chorou lágrimas de agradecimento para Hashem, por cuidar dele como sempre fez, dando-lhe o dinheiro que precisava בעיתו – no momento perfeito.
Hashem dá a todos sua parnassah na hora certa. Cabe a nós agirmos da maneira que Ele quer de antemão.
Rav David Ashear