Tradutores: Gladis Berezowsky e Yeshayahu Fuks
Jerusalém Shavuot, 5782.
Ver dezenas de milhares de pessoas aprendendo a Torá no meio da noite. Em palestras, aprendendo em grupo ou em dupla, recitando o tradicional Tikun Leil Shavuot. Para não mencionar vários estudos de pais com seus filhos que, simplesmente sentavam e estudavam juntos, até que um dos dois adormecesse (geralmente não é a criança…).
Ver dezenas de milhares de pessoas fluindo para o Muro das Lamentações às quatro horas da manhã. Eles saíam de todos os bairros e becos e transbordaram a praça Kotel com orações matinais emocionantes. Ao fim do feriado, li que este ano foi atingido um número recorde: cinquenta mil pessoas! Se alguém ficasse em silêncio por um momento, era possível ouvir uma variedade de estilos, cânticos e costumes. Enquanto eu descia os degraus que levavam ao Kotel e a multidão abaixo ia aparecendo, uma mulher ao meu lado perguntou espantada: “Todo ano é assim? Tenho 30 anos… Como é que eu nunca soube disso?”.
Ver a noite desaparecer e o sol nascer. Não me lembro da última vez em que tive esse mérito. Se desconectar do meu celular por dois dias consecutivos. Não me lembro da última vez em que tivesse esse mérito…
Encontrar turistas israelenses, mas também e principalmente do exterior, que estão retornando a Jerusalém. Ouvir deles que não há quartos disponíveis em nenhum dos hotéis da cidade, Baruch HaShem. Sejam bem-vindos. Sentimos falta de ouvir inglês, francês e espanhol no Kotel.
Encontrar os muitos reservistas que retornaram daquele enorme treinamento da IDF no Chipre. Eu vi pelo menos três deles que retornaram na véspera de Shavuot e recitaram a bênção de HaGomel na manhã de Shabat, depois de uma semana longe de suas famílias, período durante o qual não havia possibilidade de ligar para casa.
Ver os muitos agentes das forças de segurança a postos e também os refrescos e lanches que as almas bondosas lhes distribuíam. E ver como os pontos de distribuição de água e comida estavam disponíveis para todos. Obrigado a quem comprou tantos picolés coloridos e os estava distribuindo no Portão de Jaffa. Era divertido ver criancinhas ao lado de adultos e Chassidim barbudos, todos andando com um picolé na mão. Talvez isso represente a doçura da Torá.
E como aterrissamos de todas essas experiências emocionais? Diz-se que em Shavuot cada um de nós deve tomar alguma decisão, por menor que seja, que esteja relacionada com a Torá. Alguma ação positiva com a qual certamente podemos nos comprometer. Todos estão convidados a experimentar.
Boa semana para todos!