A contagem do Omer

Lag Baomer – O materialismo e espiritualismo de Rabi Shimon Bar Yochai na caverna

Rabi Shimon bar Yochai entrou na caverna. Todos os dias ele tomava o café da manhã, alfarroba com água, jantar novamente alfarroba com água. Então todos os dias, treze anos. Dia a dia, até em Shabat, alfarroba e água. Estudando Torá, tendo comida na porta da caverna, o que mais precisam nesta situação constrangedora na caverna?
 
Eles tinham um problema: como preservariam suas roupas para rezar? Já que eles não sabiam quanto tempo duraria o decreto de ficarem na caverna, temiam que as roupas desgastassem a tal modo que não teriam como rezar. Para isso, encontraram uma solução: tiraram as roupas e ficaram cobertos na terra do dia à noite. Somente para as rezas, saíram da terra e se vestiam. Logo em seguida voltavam para a mesma situação. Assim foi durante treze anos.
 
A questão é: eles viram um tremendo milagre de que na entrada da caverna logo ao chegarem lá, nasceu uma alfarrobeira cheia de frutas. Um milagre por si só, eis que no Talmud (Taanit 23) consta, que a alfarrobeira demora 70 anos para dar frutas pela primeira vez. E não só isso, como também que havia na entrada da caverna uma fonte de água para que eles tenham de beber. Portanto, por qual motivo eles estavam com suspeita de que as roupas se desgastassem? Eis que poderiam ter plena confiança em D'us que lhes preservaria as roupas, do mesmo modo que D'us lhes concedeu a água e as alfarrobas!!! Já que presenciaram pessoalmente tais milagres, onde estava a confiança e segurança deles em D'us, que conseguiriam cumprir a mitsvá de rezar?
 
A resposta: no materialismo, em relação a comida, bebida, etc…, há uma mitzva de ter plena segurança e confiança em D'us. No que diz respeito à observância das mitsvot, é dever do homem fazer o maior esforço possível!!!
 
Assim disseram Chazal no Midrash (Devarim Raba 4): está escrito em Mishlei (23:43): “pois a vela é mitsvá, e a Torá e luz”. Disse D'us ao homem: ” Minha vela em sua mão e sua vela em Minha mão. Minha vela em sua mão, é a Torá. Sua vela em Minha mão é a alma. Caso você preserve Minha vela, Eu preservo sua vela. Caso você apague Minha vela, Eu apago sua vela.
 
Em outras palavras, a tarefa que incumbe ao homem é manter a luz de D'us e em relação à manutenção da alma, confiar que D'us fará a parte Dele no acordo.
 
Bem como em relação aos mandamentos entre o homem e seu companheiro. A pessoa em relação a si mesmo tem toda a segurança, mas em relação a seu companheiro, não. Eles vêm para lhe dizer: “Ouça, há uma família na vizinhança, muito apertada no sustento, não tem nem sequer pão para comer. O ouvinte não deve dizer: “Qual é a preocupação, há aqueles que sempre irão apoiá-los, eis que D'us alimenta e sustenta as pessoas!!!! Será que esta pessoa tem obrigação de cuidar que os outros se fortaleçam na segurança de D'us? Este é um pensamento totalmente errado!!!!!
 
Por quê?
Pois já foi dito em nome do Rav Yisroel Misalant: “cuidar da parte material dos outros, é sua espiritualidade”. E como foi dito acima, não existe “confiança e segurança” em espiritualidade, cada um deve fazer o máximo de esforço possível.
 
Avraham Avinu garantiu que seus convidados tenham uma variedade imensa de carne de língua com mostarda. O que é isso? Será que ele mesmo comeu alguma vez essas línguas?! Ele tinha que preparar essas guloseimas para eles? É verdade, para Avraham mesmo não, mas para os outros – sim. Porque o materialismo dele é minha espiritualidade. Portanto, em relação à materialidade do outro não tem mitsvá de segurança, porque na espiritualidade é preciso fazer o máximo esforço.

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