Eles estavam treinando pela manhã porém neste dia, eles aproveitaram bem o dia de treinamento de tiro ao alvo. Os comandantes dividiram-os em quatro grupos e, enquanto um grupo entrou em treinamento, o resto dos soldados pôde descansar no galpão que haviam montado. Seu único esporte era correr do galpão para o campo de tiro …
Ao meio-dia, quando já estava com sede, John correu em direção ao bebedouro que ficava ali perto. A torneira ficou presa e John tentou consertar, mas depois de alguns minutos ele simplesmente desistiu. Quando ele voltou para o galpão, ele notou outro soldado indo para o bebedouro. “É um desperdício de esforço”, John gritou em sua direção. “Não há como consertar isso.” O soldado foi convencido e voltou para o galpão.
Alguns minutos depois, um grupo de soldados saiu do campo de tiro. Eles foram até a fonte, mas antes que pudessem chegar, ouviram o conselho dos soldados no galpão, que os aconselharam a economizar energia. Todos estavam convencidos, exceto por um soldado – George. Ele não prestou atenção a eles e continuou resolutamente em direção ao bebedouro tentando consertar a torneira.
Finalmente ele conseguiu. Quando notaram que o resto do pelotão havia avançado em direção a ele. “Como você conseguiu fazer isso?” Perguntou John com admiração.
George de repente tirou os tampões para os ouvidos. “Desculpe”, ele respondeu com um sorriso, “eu não pude ouvir você, o que você disse?”
Havia passado um ano desde a saída do Egito, no qual o povo presenciaram os milagres da abertura do mar vermelho, a outorga da Torá no Monte Sinai e a construção do Mishkan, lugar que serve como junção entre os céus e a terra e que por meio dele servirão ao Todo Poderoso. Agora, chegou o momento de cumprir a promessa dada a Avraham Avinu, de que o povo seguiria em direção à entrada da terra prometida. O povo sabia que a terra não seria conquistada com facilidade, pois os sete povos residentes lá, resistiriam árduamente à conquista do povo. Naturalmente, o necessário a ser feito é de mandar espiões à Terra Prometida, para que o povo saiba como conquistá-la de modo mais fácil e eficaz.
Porém, infelizmente, esta missão acabou se tornando uma verdadeira tragédia. Dez dos espiões estão difamaram a terra, causando um fraqueza total no povo, cuasando que estes chorem na noite seguinte, pelo temor de um futuro ruim. D’us ficou irado pelo fato que o povo chorou sem nenhum motivo, e por causa deste choro, o povo recebeu um castigo muito severo, conforme consta na Torá (Bamidbar 14:28):”…neste deserto cairão suas carcaças…”. ou seja, nesta noite foi decretado que o povo que havia chorado naquela noite, não entrariam na Terra de Israel. No Talmud (Taanit 29), ensinaram nossos sábios de abençoada memória, que pelo fato do povo haver chorado um choro sem motivo, foi decretado que esta noite o povo estará prestes a chorar um choro por motivo verdadeiro. A noite do choro, foi a noite de Tisha BeAv, no qual foram destruídos os dois Beit Hamikdash.
E se todas as palavras da Torá precisam ser estudadas profundamente, mais ainda as palavras desta parashá, na qual os resultados para as futuras gerações foram extremamente pesados.
Muitos dos comentaristas da Torá, tentam resolver a incógnita, de como que tais grandes pessoas, presidentes das tribos, caíram nesse pecado. Como eles vieram para a heresia? Os comentaristas interpretam seus ensinamentos na raiz do pecado e dos motivos que levaram os espiões que eram líderes das tribos e eram os líderes espirituais da geração, a caírem naquele pecado. Essas explicações não foram feitas para “queimae suas imagens”, e sim para nos ensinar uma lição: contemplar e refletir sobre si mesmo como remover obstáculos e tropeços de seu caminho pavimentado para cumprir sua missão na terra.
Ao estudar precisamente as informações passadas pelos espiões, uma simples informação, que aparentemente não tem importância, foi repassada também. porém esta informação, é a grande e profunda diferença entre os dez espiões e Yehoshua e Kalev.
Assim consta na Torá (Bamidbar 14:33): ” e lá vimos os gigantes…e a nossos olhos fomos considerados como gafanhotos e assim também fomos considerados aos olhos deles” Rashi explica, e assim também fomos considerados aos olhos deles, escutamos que eles diziam uns aos outros, “formigas andam a nossos pés, como pessoas”.Os comentaristas perguntam, por que Rashi mudou a linguagem da Torá e escreveu: “formigas” em vez de “gafanhotos”?
O Talmud (Sotá 35a), explica que naqueles dias houveram muitos enterros na Terra de Canaã. Quando os enlutados voltaram do enterro, sentaram-se para receber os consoladores abaixo das árvores no campo. Quando os espiões viram os gigantes abaixo de tais árvores, subiram nelas para se esconder deles. Eles ouviram os gigantes dizendo, que gafanhotos em forma de pessoas se escondem nas árvores. Até aqui, eles passaram a informação justamente como foi ouvida por eles. Porém houve um pequeno, e aparentemente sem importância, anexo, que mudou todo o decorrer da história: ” e a nossos olhos fomos considerados como gafanhotos ”
Neste ponto, foi revelado um dos pontos mais negativos que levaram-os à grande queda. Pessoas de suprema personalidade que viram as maravilhas na Terra de Canaã, no Mar Vermelho, escutaram a voz Divina na outorga da Torá, como pode ser que no momento de dar o relatório da visita a Terra de Canaã, caíram severamente?! Gigantes de espírito, sobem em árvores por terem medo de seres-humanos?! E ao ouvirem que estes se relacionam a eles como gafanhotos, mais ainda se rebaixam até que se auto-definem como gafanhotos e formigas?! Será que eles não viram o mesmo visto por Kalev e por Yehoshua?!
A visão distorcida dos dez espiões revela as raízes do pecado: baixa auto-estima, falta de apreciação. Falta de apreciação pelas forças mentais e espirituais, foi o ponto que causou o medo e receio dos espiões em relação aos gigantes da Terra de Canaã. Por isso, eles opinaram que a Torá foi outorgada somente aos transeuntes do deserto, pois somente eles, têm a condição de absorver os ensinamentos da Torá que lhes darão uma paz de espírito para a vida. Mas aos futuros habitantes da Terra de Canaã, a Torá não servirá como fonte de segurança em D’us. Isto foi revelado na Torá (Bamidbar 14:31) : ” ki chazak hu mimenu – pois ele é mais forte que Ele. Ou seja, D’us nos livre e guarde, os espiões alegaram que o povo da Terra de Canaã, era possivelmente mais forte que D’us. Como se tivessem dito, que até mesmo o dono da casa, não pode tirar seus utensílios de dentro dela.
Em consequência “da história dos gafanhotos” que causou o pecado dos espiões, o povo se sentiu fraco. Ao invés de sentirem supremos por serem o povo escolhido por D’us, viram sa si mesmos pequenos e sem auto-estima positiva. Por este motivo, o Midrash exclama a ira de D’us em relação ao povo de Israel: quem lhes concedeu a permissão de dizer “e assim somos aos olhos deles”. Será que vocês sabem o que fiz a eles pensar quando vocês passaram por lá?! Quem lhes disse que vocês em relação a eles não era como anjos?! Ou seja, a “simples” falta de auto-estima positiva dos presidentes das tribos, contagiou o povo e trouxe a toda humanidade, uma das maiores, se não a maior desgraça da história, a destruição do Beit Hamikdash.