Quando o povo de Israel saiu do Egito caminhando no deserto do Sinai, eles beberam água do poço que os acompanhou milagrosamente. Este poço esteve presente por mérito de Miriam a profetiza, irmã de Moshe. Com o falecimento de Miriam, o poço desapareceu.
Uma nação inteira está angustiada sem água. Assim consta na Torá (Bamidbar 20:2) “e não havia água para a congregação, e o povo se aglomerou sobre Moshe e Aharon , e brigou o povo com Moshe…por que trouxestes a congregação Divina a este deserto, para que falecessem lá…”.
Imediatamente D’us ordena a Moshe: “Toma o cajado, você e Aharon seu irmão, e falem com a rocha aos olhos deles, e (a rocha) dará água e você tire para eles água da rocha, e lhes dê para beber”. De fato, Moshe levanta o cajado, mas em vez de falar à rocha, ele bate nela e recebe em seguida o castigo de não conduzir o povo à terra santa, como está escrito na Torá (Bamidbar 20:11-12): ” e Moshe levantou sua mão e bateu na rocha duas vezes…já que vocês não acreditaram em mim, santificando-me aos olhos do povo de Israel, portanto, vocês não conduzirão este povo à terra que lhes dei”.
O simples fato de que uma rocha consegue fornecer água para todo um povo é em si um milagre. Por que então Moshe foi severamente punido ao causar este milagre? Como o milagre teria sido maior se Moshe tivesse falado com a rocha? Rashi explica que se Moshe estivesse falando com a rocha perante aos olhos de todo o povo de Israel, o povo faria uma dedução lógica deste acontecimento: já que a rocha, que não fala e nem escuta e nem tem necessidade de sustento, cumpre uma simples ordem Divna, nós não seremos obrigados a cumprir esta ordem?
Surge a seguinte pergunta: Se de fato a rocha desse água após as palavras de Moshe, de que modo as pessoas poderiam aprender da rocha, a cumprir as ordens Divinas, uma vez que a rocha não tem o livre arbítrio de escolher o que fazer e o que não fazer?
A explicação é que toda pessoa tem uma rocha no coração. O profeta diz (Ezequiel 36: 26): “E eu removerei o coração da pedra dentro de você.” Às vezes somos duros como pedra. D’us diz a Moshe: Se você falasse com a rocha, você criaria poder na criação, que quando alguém fala com seu “coração de pedra”, este mudaria seu comportamento e seus modos. Existiria um poder de abrir corações, ouvir a voz de D’us. Isso nos faria aprender com a pedra, estar atentos à voz do Criador, mesmo sem espancamentos … sem punição e advertências divinas. Quando Moshe atingiu a rocha com seu cajado, foi causada uma deficiência na santificação do nome Divino. uma deficiência foi causada pela santificação do seu nome. A partir deste caso, será necessária punições e castigo para desviar as pessoas dos caminhos malignos.
Nós, seres humanos, temos as qualidades necessárias para alcançar os picos em todos os campos. O homem é uma criatura que contém todos os atributos do universo. Temos somente que “encontrar o interruptor, e pressioná-lo”. Moshe perdeu a oportunidade de transmitir este ensinamento ao povo, e por isso foi severamente punido.
Nabucodonosoro, rei da Babilônia, conquistou o mundo inteiro. Ele queria unir todas as nações sob um único Deus, fortalecendo assim o seu reino. O que ele fez? Construiu uma estátua muito grande e trouxe representantes de todo o mundo para servir a este ídolo. Ao lado da estátua havia um enorme forno e qualquer um que se recusasse a se curvar era imediatamente jogado no forno. Haviam lá representantes do povo judeu: Chanania, Mishael e Azariá. Eles se aconselharam entre eles e resolveram pular no forno.
A razão desta decisão foi a seguinte: no Egito na praga dos sapos, eles foram ordenados a entrar em todos os lugares. Cada sapo poderia pensar que seu amigo entraria no forno, e nã ele. Mesmo assim, os sapos entraram, sem esperar que seus comanheiros entrassem. Portanto, disseram os três representantes do povo judeu: se os sapos dedicaram a alma entrando no forno, para cumprir a ordem Divina, nós também não entraremos!?!
Ostensivamente, não está claro por que eles deduziram assim por causa do comportamento dos sapos? Será que os sapos tem o livre arbítrio para escolher se entrarão no forno ou não?
Daqui aprendemos um dos grnades ensinamentos transmitidos pelo sábio Yehudá ben Teima (Pirkei Avot 5:18): “seja feroz como um tigre, leve como uma águia, rápido como um cervo e herói como um leão, (para que com todas estas virtudes), possas servir e fazer a vontade de nosso Pai que está no céu. Este ensinamento, nos foi transmitido também por Shlomo Hamelech (Mishlei 6:6): “vá até a formiga, preguiçoso, veja sua virtude e seje mais sábio”. Por que os seres-humanos, devem aprimorar seus comportamentos e suas virtudes, aprendendo do comportamento dos animais!?!
O Sagrado Zohar nos revela um maravilhoso segredo:
O homem foi criado por último de toda a criação. Quando D’us criou o homem, Ele disse a todo o universo – à terra e ao céu, aos animais e plantas: “Nós criaremos o homem!” Cada uma das criaturas contribuirá para sua singularidade. O tigre lhe dará coragem, a formiga dará a agilidade, o gato dará a modéstia, e assim adiante. De fato, cada criatura contribuiu com o ponto que a distingue dos outros animais, para que o homem seja um conjunto de todas estas características.
Se alguém não sabe quais são seus poderes, ele deve olhar para a criação. Todo poder e qualidade que existe no universo, é existente no homem também. O homem deve desenvolvê-las e pô-las em prática.