Há um ano, ela dirigiu o maior Seder de Pessach do mundo. Esse ano, ela vai preparar o menor Seder de Pessach do mundo, como todos nós. Sara Goldsmith, emissária do movimento Chabad em Kosmoi, na Tailândia, me contou o seguinte, essa semana: “No último ano, compareceram 2500 pessoas no Seder de Pessach que eu e meu marido organizamos aqui. Esse ano, desde Rosh HaShana começamos a programar uma operação parecida: já tínhamos encomendado as tendas, geradores e uma grande equipe. Agora, temos aqui na Tailândia enormes contêineres, cheios de matzot e vinho, mas não há quem possa comer ou beber. Aos poucos, entendemos que o Seder será menor, mas apenas nessa semana entendemos o quanto será menor: esse ano, nossa missão será fazer o Seder com a família Goldsmith. Somente nós, pela primeira vez. As crianças aproveitarão o tempo e a atenção especiais, sem milhares de turistas israelenses em volta. Isso é algo que nunca vivemos.
Esse ano será difícil para muita gente, mas também aqui é possível aprender algo do Rebe de Lubavitch: depois do falecimento de sua esposa, a Rabanit, ele decidiu fazer o Seder sozinho. O líder que enviou milhares de emissários para organizarem noites de Seder gigantescas para milhões de pessoas, em todos os cantos do mundo, fez para ele mesmo, naquele mesmo momento, um Seder pequeno e particular. Ele aparentemente queria nos dizer que há um grande valor nisso. Quis nos ensinar sobre o interior do ser humano, personalidade independente, sobre a capacidade de estar consigo mesmo e de contruir a si próprio. Nos lembrar que essa noite é ainda maior e mais sagrada, até mesmo do que o convívio social.”
